Engana-se
quem pensa que a eleição suplementar em Bacabal realizada neste domingo (28)
para escolher o prefeito e vice que continuarão no mandato do executivo
municipal até dezembro de 2020 foi uma disputa entre a família Sarney e
governador Flávio Dino. A ex-governadora Roseana Sarney e o ainda senador João
Alberto, ambos do PMDB de Michel Temer, sequer participaram da campanha,
muito pelo contrário, foram aconselhados a não pisarem no município após o
resultado do primeiro turno, e assim fizeram.
Na verdade,
o resultado das urnas que confirmou Edvan Brandão (PSC) na continuação do
mandato foi fruto de uma rejeição da população bacabalense ao nome de César
Brito (PPS), que não conseguiu se apresentar como um candidato competitivo. Brito,
derrotado nas urnas, é conhecido publicamente como esbanjador e reconhecido
agiota da Região do Médio Mearim. Nunca se importou de estar rodeado de pessoas
sem bons antecedentes.
De outro
modo, Edvan é pacato e um político de bastidor. Com a prefeitura sob seu
controle desde julho deste ano por decisão do Tribunal Superior Eleitoral,
soube articular e logo conseguiu o apoio de duas importantes lideranças locais,
os ex-prefeitos Zé Alberto e Raimundo Lisboa, este último botou sua
esposa, ex-deputada estadual Graciete, como candidata a vice.
Estrategicamente,
Brandão escondeu a família Sarney da campanha, vez que a oligarquia emedebista
possui grande rejeição na cidade. A presença de Roseana, João Alberto ou Lobão
em Bacabal poderia ser desastrosa nas urnas.
Por sua vez,
o ex-prefeito Zé Vieira – maior líder político da cidade – não
participou da campanha, apenas gravou um vídeo em favor de Brito e esteve num
único momento para declarar apoio a César. Neste domingo (28), por exemplo, dia
da eleição, o ex-prefeito estava com sua filha, a ex-deputada estadual Fátima
Vieira, no restaurante Coco Bambu em São Luís.
O melhor
momento de César Brito na campanha foi a presença do governador Flávio Dino em
um dos seus atos políticos no centro da cidade no último dia 21. O chefe dos
Leões foi convencido e levado à cidade pelo deputado estadual Carlinhos
Florêncio (PCdoB), que teve seu filho, Neto, candidato a vice-prefeito.
Já o pior
momento de Edvan Brandão foram os últimos dias, quando a compra de votos por
parte dos adversários foi incessante, agregado a pressão da polícia militar,
inclusive, com apoio do GTA – Grupo Tático Aéreo, que não deixou os aliados do
deputado Roberto Costa se movimentarem na cidade. Ao abrir das urnas se
confirmou uma realidade local, e repito, sem nenhuma interferência da política
estadual.
Edvan 23.335
votos (51,24%), contra 20.817 votos (45,67%) de César, portanto, diferença de
2.538 votos (4,86%).
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